terça-feira, 2 de julho de 2013

BARBOSA LESSA, O TEATRO ( EXPRESSÃO CORPORAL ) e o MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO ( MTG )

BARBOSA LESSA, nasceu em 13 de dezembro de 1929, numa chácara nas imediações da histórica vila de Piratini, uma das capitais da República Rio-grandense (capital farroupilha). Devido à dificuldade para cursar uma escola regular, teve de aprender as primeiras letras e quatro operações com sua própria mãe, a qual, ao se improvisar de professora, também lhe ensinou teoria musical, um pouco de piano e, inclusive, uma novidade na época chamada datilografia.

Foi cursar o ginásio na cidade de Pelotas (Ginásio Gonzaga); aos doze anos fundou um jornal escolar(“O Gonzagueano”), em que publicou seus primeiros contos regionais ou de fundo histórico. Para cursar o 2o grau colegial, transferiu-se para Porto Alegre, ingressando no Colégio Júlio de Castilhos. Aos dezesseis anos de idade já colaborava para uma das principais revistas brasileiras de cultura (“Província de São Pedro”) e obteve seu primeiro emprego como revisor e repórter da “Revista do Globo”.

No ano seguinte participou da primeira Ronda Crioula/Semana Farroupilha e, munido de um caderno de aula para coletar assinaturas de eventuais jovens que se interessassem pelo assunto, tomou a iniciativa para a fundação do primeiro Centro de Tradições Gaúchas (CTG), o “35 CTG”.

Nesta agremiação ele retomou seu interesse pela música regional e, na falta de repertório, foi criando suas primeiras canções, tais como a toada “Negrinho do Pastoreio” – hoje um clássico da música regional gaúcha.

Bacharel pela Faculdade de Direito de Porto Alegre (UFRGS), 1952.

Formando com seu amigo Paixão Côrtes uma abnegada dupla de pesquisadores, de 1950 a 1952, realizou o levantamento de resquícios de danças regionais e produziu a recriação de danças tradicionalistas. Resultado dessa pesquisa da dupla foi o livro didático “Manual de Danças Gaúchas” e o disco long-play (o terceiro LP produzido no Brasil) “Danças Gaúchas”, na voz da cantora Paulista Inezita Barroso.
Incentivou a realização do Primeiro Congresso Tradicionalista do Rio Grande do Sul, levado a efeito na cidade de Santa Maria, em 1954, quando apresentou e viu aprovada sua tese de base socilógica “O Sentido e o Valor do Tradicionalismo”, definidora dos objetivos desse movimento.

Em 1956 montou um grupo teatral para apresentação de sua comédia musical “Não te assusta, Zacaria!”, e saiu divulgando as danças e os costumes gauchescos por todas as regiões do Rio Grande do Sul, colhendo aplausos também nas cidades de Curitiba e São Paulo.

Residiu na capital paulista até 1954, envolvido com produção de rádio, televisão, teatro e cinema, detendo-se finalmente na área de propaganda e relações públicas. 

Voltou a Porto Alegre em 1974, já como especialista em Comunicação Social, tendo trabalhado na Mercur Publicidade e Companhia Riograndense de Saneamento, CORSAN. Aposentou-se como jornalista em 1987.

Entrementes, na administração de Amaral de Souza, foi Secretário Estadual da Cultura, tendo então idealizado, para Porto Alegre, um centro oficial de cultura acadêmica, que veio a pré-inaugurar em março de 1983: a Casa de Cultura Mário Quintana.


Hoje se mantém pequena reserva ecológica no município de Camaquã, onde residiu com sua esposa Nilza, dedicada à produção artesanal de erva-mate e plantas medicinais. Filhos: Guilherme, analista de sistemas, residente em Porto Alegre e Valéria, casada com norte-americano e residente no estado de New Jersey, USA.

Teve destacado nome na música popular e na literatura. Dentre suas músicas, sempre de cunho gauchesco, destacam-se “Negrinho do Pastoreio”, “Quero-Quero”, “Balseiros do Rio Uruguai”, “Levanta, Gaúcho!”, “Despedida”, bem como as danças tradicionalistas em parceria com Paixão Côrtes.

E numa bibliografia de cerca de cinquenta títulos, destacam-se os romances “República das Carretas” e “Os Guaxos” (prêmio 1959 da Academia Brasileira de Letras), os contos e crônicas de “Rodeio dos Ventos”, o ensaio indigenista “Era de Aré”, a tese pioneira “O sentido e o Valor do Tradicionalismo”, o ensaio “Nativismo, um fenômeno social gaúcho”, “Mão Gaúcha, introdução ao artesanato sul-rio-grandense”, o álbum em quadrinhos “O Continente do Rio Grande” (com desenhos de FLávio Colin) e os didáticos “Problemas brasileiros, uma perspectiva histórica”, “Rio Grande do Sul, prazer em conhecê-lo”, e “Primeiras Noções de Teatro”. Também os dois volumes do Almanaque do Gaúcho.

Foi Conselheiro Honorário do MTG – Movimento Tradicionalista Gaúcho.

Diante da sinopse histórica é justa a atualização das informação para o momento contemporâneo dos CTG e MTG. A informação recente e oficial aos DEPARTAMENTOS ARTÍSTICOS E CULTURAIS.  Após encaminhamento de proposta a 78 Convenção Estadual do MTG sobre a  inclusão específica para o reconhecimento no Regimento Geral do MTG  da expressão corporal, artes cênica(teatro) pelos Departamentos artísticos/culturais  tivemos a excelente e bela  notícia:

 - " SR. ADELAR BITENCOURT ROZIN - Proponente CTG Galpão da Peonada
Comunicamos que a proposta apresentada para a 78ºConvenção, foi retirada após analise da Comissão Revisora constituída para este fim, como segue:

A proposta enviada para ser analisada junto à Comissão Revisora da 78ª Convenção Tradicionalista, para incluir ao Departamento Artístico e Cultural a produção do teatro no CTG.
Todo o CTG que tem Departamento Cultural atuante sabe da sua importância e as mais diversas atividades culturais e artísticas que poderão realizar.
Portanto, o teatro poderá e deverá ser explorado nas entidades, não havendo necessidade de incluí-lo como uma produção cultural (Artes Cênicas).
Estou à disposição.
Neusa Secchi
=================================================================
 Gilberto Nazario
       Secretario Geral e
   Gerente Executivo do MTG

Nenhum comentário:

Postar um comentário